Jardins verticais: uma tendência nos mais diferentes tipos de construção

Jardins verticais - Theo Arquitetura e Paisagismo

Coluna Paisagem
por Juliano Juliani Pereira, arquiteto e paisagista.

Criciúma – Quando o assunto é planta dentro de casa, uns dizem logo de cara que não têm jeito com plantas. Outras, se vêem em um misto de terror ou culpa: lembram no ato da violetinha da cozinha que já há algum tempo não vê um bom gole de água.

Crescemos, nos desenvolvemos e evoluímos em conjunto com a natureza, ao mesmo tempo em que a urbanização nos distancia dos campos, e muitos modelos de habitação atuais carecem de espaços apropriados para o cultivo convencional de plantas.

Neste sentido, há alternativas que trazem inovação à essa nova questão que se apresenta não só como tendência, mas como destino certo nos mais diferenciados tipos de construção.

Jardins verticais revestem com suas exuberantes folhagens desde fachadas monumentais de instituições a projetos com metragens menores, como paredes de sacadas em apartamentos, por exemplo.

Os jardins verticais começaram a criar popularidade em 1986, na Europa, quando o ilustre designer e botânico Patrick Blanc introduziu no mercado uma nova técnica de criar suas obras de artes em paredes verdes, sendo a primeira em Paris, no Museu de Ciência e Indústria.

Patrick Blanc e seus jardins verticais
Patrick Blanc e seus jardins verticais

Quais os benefícios dos jardins verticais?

Jardins verticais trazem uma série de benefícios aos que resolvem adotar essas vidas em seu lar. Provocam reais mudanças nas zonas urbanas, aproximando as pessoas do conceito de convívio e costume em observar o verde, despertando a real sensação de estar inserido em um ambiente natural.

Dados de recomendação da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OMS (Organização Mundial da Saúde), apontam que uma cidade deveria possuir 12 metros quadrados de área verde por habitante. São Paulo atualmente conta com 5 m² por habitante, por exemplo.

Dependendo do tamanho, tipo e volume de vegetação aplicados, as funcionalidades que os jardins verticais oferecem vão desde isolamento térmico – uma vez que age como barreira entre o sol e à edificação – e acústico, reduzindo os níveis de som que são transmitidos e reverberam nas paredes dos edifícios.

Suas plantas purificam e melhoram à qualidade do ar, e a beleza que a estética natural promove no espaço onde o jardim é instalado é sem dúvida o destaque deste novo modo de interagir com à natureza.

Jardins Verticais

Tecnologia adequada ao sistema e técnicas de irrigação

Os jardins verticais se destacam pela forma de cobertura vegetal da fachada, e atualmente podemos encontrar várias técnicas construtivas diferentes para a implantação dos mesmos. Uma série de condicionantes como o ambiente onde se pretende instalar a estrutura, o partido arquitetônico e o orçamento disponível para implantação, definem quais das diferentes tecnologias serão mais adequadas.

As técnicas de irrigação automatizadas permitem o cultivo de diferentes espécies de plantas em diferentes tipos de muros, paredes e fachadas, em diversas alturas. O método já utilizado por Blanc incluiu o uso placas de PVC, fixadas em uma manta de rega, dando suporte e estrutura para as plantas e suas raízes se desenvolverem, de forma a serem cultivadas em sistema hidropônico.

Sistema com manta hidropônica
Sistema com manta hidropônica

Um jardim vertical pode ser certamente instalado numa residência ou um espaço corporativo; por serem aplicados em uma superfície vertical (paredes), potencialmente ocupando áreas cuja função é dar estrutura ou proteção à uma construção. Podem ainda ser cultivados em um pequeno espaço de metro quadrado vertical uma grande diversidade de espécies, enriquecendo a flora no caso de jardins em ambientes fechados, ou a fauna no caso de jardins verticais instalados em áreas externas.

Por ser facilmente adaptada em qualquer espaço de circulação e convívio, essa cobertura natural e verde precisa, portanto, ser cuidadosamente estudada para sua instalação. São levados em consideração, em primeiro lugar, a forma do recebimento de iluminação e a ventilação do espaço, que ditam as espécies e o sistema de irrigação a ser aplicado no projeto.

Requisite um orçamento

Fotos: Divulgação | Arquivo Juliano Juliani Pereira

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