Dia a dia no trabalho: máscara descartável ou reutilizável com filtro?

Máscara - Oficina da Prevenção

Joinville – Nesse período de pandemia em que as PFFs (Peças Faciais Filtrantes), popularmente conhecidas como máscaras descartáveis, “sumiram” do mercado, e os preços atingiram patamares astronômicos em comparação ao período antes da pandemia, fica uma dúvida: há outra opção? A resposta é sim! Porém, alguns critérios devem ser levados em consideração.

Primeiramente, temos que entender o que é uma PFF. A Peça Facial Filtrante é uma peça semi-facial cujo material filtrante são camadas de fibras dispostas de modo não orientado (não é tecido) e geralmente com ativação eletrostática para atração de particulados. Por isso, são utilizadas para retenção de partículas (poeiras, fumos, névoas, aerodispersóides biológicos). Ou seja, são filtros mecânicos.

As PFFs são classificadas como 1, 2 e 3. Essa classificação está relacionada à eficiência de retenção de partículas. Veja abaixo a classificação.

PFF1: 20% – 80% de eficiência
PFF2: 6% – 94% de eficiência, equivalente a N95 da Norma Americana
PFF3: 1% – 99% de eficiência

Ou seja, uma PFF1 deve reter no mínimo 80%,; enquanto a PFF2, 94%, e a PFF3, 99% de partículas. Nos ensaios, de acordo com a NBR 13698, os parâmetros avaliados são a perda de carga (resistência à passagem do ar) e ainda a penetração de partículas.

Correspondente às PFFs, mas na forma de filtro P1, P2 ou P3, são os filtros mecânicos utilizados em máscaras (respiradores) reutilizáveis/com manutenção semi-faciais ou faciais. Da mesma forma, analise em seguida a eficiência:

P1: 20% – 80% de eficiência
P2: 6% – 94% de eficiência
P3: 0,05% – 99,95% de eficiência

Fazendo a correspondência, o filtro P1 deve reter no mínimo 80%; o P2, 94%, e o P3 – esse apresenta um resultado diferente da PFF3 – 99,95% de partículas, nos ensaios de acordo com a NBR 13697.

Qual a periodicidade de troca da máscara PFF?

Outro ponto a considerar é a periodicidade de troca da PFF. Conforme a mesma NBR 13698, o uso não pode ser superior a uma jornada de trabalho.

Já os filtros mecânicos (P) , devem ser trocados de acordo com o critério de troca programado em sua empresa. Por apresentar maior espessura de material filtrante, costumam durar mais que as PFFs, porém, as trocas programadas devem ser “estudadas” para não oferecer risco do usuário inalar partículas devido ao uso de filtro danificado, sujo ou saturado.

Na prática, recomenda-se que se faça um teste antes, escolhendo alguns usuários para teste da máscara com filtro mecânico, e acompanhar diariamente se há queixa ou resistência em relação ao uso desse tipo de máscara (respirador). Além disso, observar diariamente se os filtros estão sujos, danificados ou se há queixa de dificuldade de respirar e assim, com os dados dos testes, estabelecer, através de procedimento, as trocas programadas. Por exemplo, em 7, 10 ou 15 dias de uso, de acordo com o a Instrução Normativa do PPR – Fundacentro.

E já que falamos do PPR-Fundacentro, em toda empresa cuja suas atividades gere riscos respiratórios que exijam o uso de máscaras de proteção respiratória, é obrigatório possuir o PPR (Programa de Proteção Respiratória) elaborado por um profissional de Segurança e Saúde do Trabalho, capacitado.

Os filtros mecânicos (P) também devem atender a classificação S ou SL e não devem ser usados para gases e vapores. Mas isso é assunto para outro dia.

Fonte: Oficina da Prevenção | Claudia Rodrigues
Fotos: Pexels e Oficina da Prevenção

3 thoughts on “Dia a dia no trabalho: máscara descartável ou reutilizável com filtro?

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