Joinville – O verão está chegando e você já parou para verificar como está a situação do ar-condicionado, o queridinho da estação? Se sua resposta foi não, o funcionamento do seu aparelho pode estar comprometido.
Conforme o técnico em refrigeração e climatização da Tecnoville, Guilherme de Freitas Vieira, o aparelho instalado demanda alguns cuidados, dentre eles a manutenção preventiva. É esse trabalho, feito por um especialista, que vai auxiliar no bom funcionamento do ar-condicionado e pode até aumentar em 50% a vida útil do equipamento.
A manutenção precisa ser feita em qualquer aparelho de climatização artificial, independente de tamanho. Porém, existem casos específicos para a área comercial e industrial em que há uma legislação que torna obrigatória essa conservação.
Por isso, acompanhe as dicas que Vieira separou e tire suas dúvidas sobre o assunto.
1. Evite problemas com a fiscalização
Se você é empresário, tem um comércio, uma indústria ou qualquer outro tipo de estabelecimento comercial, essa dica é fundamental. Com frequência, órgãos fiscalizadores como o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), a Vigilância Sanitária e o CFT (Conselho Federal do Trabalho) avaliam os equipamentos que fazem a climatização artificial de ambientes.
Neste caso, eles estão atentos ao cumprimento da Lei Federal 13.589 de 4 de janeiro de 2018, que versa sobre o PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle). Este plano é, segundo o texto da lei, um “conjunto de documentos que constam todos os dados da edificação, do sistema de climatização, do responsável técnico, bem como procedimentos e rotinas de manutenção comprovando sua execução”.
Conforme Vieira, o PMOC é obrigatório em locais onde há circulação de pessoas e haja o equipamento de ar-condicionado instalado, com capacidade de 60.000BTU.
“Uma das exigências é que haja uma periodicidade na manutenção desse aparelho”, diz.
Quem ainda não se adequou à legislação, que completa dois anos de vigência em janeiro próximo, deve ficar atento. Isso porque, segundo Vieira, as fiscalizações são frequentes e, no caso de descumprimento, há, em um primeiro momento a notificação, com prazo de 15 dias para adaptação. Passado esse período, caso o estabelecimento ainda não tenha o PMOC, haverá aplicação de multa, que varia de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, dependendo da capacidade térmica do ambiente.
2. Procure um profissional habilitado
E para que não haja problemas com a fiscalização, a dica é procurar um profissional habilitado para este tipo de serviço. E nada melhor que um técnico em refrigeração e climatização para explicar como funciona todo o procedimento.
Vieira, da Tecnoville, comenta que o PMOC é essencial para garantir a qualidade do ar que as pessoas respiram. Mas, isso só é possível com uma manutenção preventiva, que deve ser realizada mensalmente. “Um ar-condicionado sujo pode ocasionar diversos problemas tanto estruturais como de saúde”, afirma.
O trabalho do técnico é fazer com que sejam retiradas todas as impurezas que estão dentro do equipamento. O filtro do ar-condicionado é a porta de entrada de poeira, musgos, bactérias e até mesmo bolor. Muitas dessas sujeiras ultrapassam o filtro e se fixam no interior do aparelho.
Vale lembrar que esse serviço só pode ser feito por um técnico que tenha registro nos órgãos fiscalizadores e emitir a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) no CREA e o TRT (Termo de Responsabilidade Técnica) no CFT. São esses documentos que comprovam a aplicação do PMOC no estabelecimento.
Destaca-se ainda que em todo este processo é necessário estar atento também à saúde do prestador de serviço. A consultora em Segurança do Trabalho da Oficina da Prevenção, Claudia de Paula Rodrigues, relata que o PMOC deve estar coerente com a legislação de Segurança e Medicina do Trabalho, “não devendo trazer riscos à saúde dos trabalhadores que o executam”, aponta.
3. Mantenha a qualidade do ar
Pensar no coletivo é um dos princípios do PMOC. É a partir dele que se assegura a saúde de quem circula em um ambiente onde há climatização artificial.
Vieira cita algumas complicações que podem afetar as pessoas caso a legislação não seja cumprida.
“Quem não faz [a manutenção preventiva] pode ter, além de aumento do consumo de energia do equipamento e redução de sua eficiência, problemas respiratórios como rinite, sinusite, bronquite, entre outros”, relata.
Claudia reforça um dos objetivos do PMOC, que é manter a qualidade do ar em ambiente climatizado dentro dos limites estabelecidos na Resolução 09 da Anvisa.
“[O Plano] visa garantir a prevenção aos riscos à saúde dos ocupantes desses ambientes, já que um sistema sem manutenção adequada pode ‘carregar’ vírus e bactérias nocivos à saúde, que, ao serem inalados, podem causar desde reações alérgicas respiratórias até doenças pulmonares graves causadas por bactérias”, explica.
Conforme Vieira, infelizmente, muitas empresas não são adeptas a essas medidas de prevenção, e acarretam sérios prejuízos. “É necessário manter a qualidade do ar que a pessoa respira e só o PMOC pode garantir isso”, finaliza.
Requisite um orçamentoFonte: Construir.aí | Marina Kessler
Fotos: Tecnoville | Arquivo